Hoje os índios já não reivindicam somente a demarcação de
suas terras. Eles lutam pelo fim da exclusão social e pelo direito a uma
cidadania plena. Ser cidadão é ter direitos e deveres previsto pelas leis
nacionais.
Porém, a plena cidadania dos povos indígenas ainda é uma
utopia. Visto que, eles não constituem a nação brasileira e para adquirir
cidadania são obrigados a perder a sua identidade, isto é, deixar de ser índio.
Se olharmos por esse lado, logo percebemos que o índio é um cidadão brasileiro
por naturalização.
A verdade é que, enquanto o índio mantiver sua identidade
cultural, ele pertencerá a uma nação diferente da nação brasileira, isto é,
será Pataxó, Yanomami, Guarani, Nambikuára,
etc., porque cada uma dessas nações tem suas normas de funcionamento
estabelecidas há mais tempo que as regras que foram impostas pelos
colonizadores a partir de 1500 e que acabaram sendo adotadas pela Constituição
brasileira.
O que define a cidadania é o estabelecimento de regras
que devem ser obedecidas. E o indivíduo para ser considerado cidadão precisa se
submeter às regras fundamentais do convívio social. Por estabelecer apenas as
regras do convívio social de seu grupo, os índios acabam ficando à margem das
decisões políticas, sendo, pois, ignorados pelo Estado e, sendo, na maioria das
vezes, tratados como uma criança que precisa ser tutelada.
Porém, vale salientar que esta situação está mudando,
pois os povos indígenas atualmente estão bem mais organizados na luta pela
demarcação de suas terras e pelo seu reconhecimento como povos indígenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário